domingo, 25 de setembro de 2011

Males que vêm por bem

E lá se foram as ferias embora há quase um mês.

A forma razoável que tinha antes das ferias, e que me permitiu fazer muitos kms de trecking nos Picos da Europa "com uma pernas às costas", foi-se embora quando tive duas semanas seguidas doente graças a melhor refeição que comi este ano. Numa zona remota dos Picos da Europa, almoçamos num pequeníssimo restaurante de pastores. Lá, estava à espera o meu prato favorito: um cabrito morto uns dias antes e que pastava no topo da serra onde tínhamos estado nesse dia. Junto com o cabrito, uma feijoada com morcela caseira e... prontos foram duas semanas seguidas com dor de barriga. Sem pedalar, sem correr, sem comer grande coisa...



Terminada finalmente esta saga, descubro com o um exame que a maldita bactéria afinal não tinha ido embora, e o índice de ferro no meu sangue continuava nas lonas. Agendado novo (e supostamente definitivo) tratamento à bactéria para Outubro, toca de repor algum do ferro perdido directamente na veia.

Foi mais ou menos nesta altura que voltei aos treinos. Juntando alguns treinos curtos mas bastante duros (80% a 93% da pulsação máxima) durante a semana, com alguns treinos em ritmo baixo (60 % a 75% da pulsação máxima) durante o fim de semana com o meu antigo grupo, fui ganhando de novo alguma da forma perdida naquelas semanas doente.
Na segunda semana de Setembro voltei a apertar. Com um treino forte de 50km em 2 horas  (com média de 90%  da pulsação máxima)  e um treino de subidas ( 1500m de acumulado em 30km) por semana, rapidamente comecei a sentir-me melhor.

E...   Há males que vêm por bem.
Há poucos dias fiquei a saber que vou ficar de ferias forçadas por algum tempo.  Não vou abordar esse assunto aqui, apenas o facto de, graças a ele, me ter dedicado quase a 90% ao BTT nas ultimas duas semanas.
Estas duas semanas de treinos intensivos culminaram com a volta mais forte que dei até hoje. 92kms rolantes em "estradão", sozinho, em pouco mais de 4 horas e com apenas alguns minutos de descanso com media final de mais de 22km/h. 

Ontem, e para ensaiar a ida a Fátima na próxima semana com os Metralhas, combinei com o meu amigo Cláudio batermos o nosso record de kms.
Assim desenhei um track de 134kms que nos fariam dar uma volta quase completa à península de Setúbal. Combinamos também fazer-lo simulando o ritmo de um passeio com as características do da próxima semana.
Ha muito não dava um volta com um ritmo tão calmo, pelo que foi preciso grande concentração e olho no medidor de frequência cardíaca para garantir que não passava dos 75% da pulsação máxima. Este track foi semelhante ao meu dos 92kms mas com mais uma alteraçãozinha... iamos subir quase ao topo da Arrábida, descer a mais de 50km/h durante largos minutos a caminho de Setúbal junto ao mar, subir de Setúbal para Palmela e ainda fazer o trilho dos moinhos e o final do cai de costas até Azeitão. Aí retomamos o estradão para as pedreiras, passamos por cima de Sesimbra até à Azoia, e fomos pela Praia da Foz até à Lagoa de Albufeira, Fernão Ferro e de volta à Charneca. Resultado: 134 kms cumpridos com quase 2000 de acumulado, e umas pernas em muito bom estado à chegada. Para terminar, e sem tempo se quer para me sentar 5 minutos no sofá, nada como um magnifico jantar no Arola (viva o Lisbon Restaurant Week). Um dia para mais tarde recordar.

Hoje, falta apenas uma semana para a ida a Fátima, mas acho que vou fazer ainda  mais uma volta (chamo volta a treinos calmos e sem ritmo ou media forçadamente alta) com mais de 100km. Estava a pensar em ir da Charneca a Sintra comer um travesseiro na terça ou quarta-feira... a ver vamos. 



Abraço,