terça-feira, 14 de junho de 2011

Mexe...mas pouco, pelo menos na Margem Sul



Não é nem nunca foi objectivo meu, usar este blog para proferir opiniões sobre o que quer que seja. Este espaço é apenas para relatar o meu caminho.
Mas no passado fim de semana, o caminho cruzou-se com uma iniciativa já antiga da CM Oeiras, mas que pude testemunhar pela primeira vez.

Ora então tinha eu decidido no domingo passado fazer um treino de cadencia. Este treino, como o nome indica é um treino maioritariamente em estrada, sem zonas técnicas nem grandes subidas e descidas. O objectivo deste treino é técnica e resistência de pedalada pura. Isto consegue-se com muitos kms, ritmo alto e poucas ou nenhumas paragens ou alternâncias de ritmos.

Para isso tinha planeado, Charneca - Cacilhas - Cais Sodre - Cruz Quebrada - Expo - Cacilhas - Charneca.
Quando chego a Lisboa ao passar por Algés (ainda do lado de fora da linha do comboio), reparo que há muita gente a andar a pé. Penso para mim: Que raio... será que há outra vez daquelas corridas pelo cancro?

Chego à cruz quebrada, passo por baixo da ponte metálica do comboio e entro na marginal. Qual é o meu espanto quando reparo que é o dia "Marginal sem Carros". Sim, a mesma marginal que é das estradas (se não a estrada) mais bonita de portugal. Até aqui tudo bem, para minha sorte passa um grupo de ciclistas de estrada a abrir por mim. Colei-me na roda deles e a uma velocidade de cerca de 30..35 km/h percorri toda a extensão da marginal até quase à parede e volta para o Cais Sodré.

Isto foi o treino de cadência. Mas mais incrível que isto foi a marginal sem transito, e a dimensão do fenómeno. Centenas e centenas de pessoas a pedalar, a correr, a passear... Miúdos de 5 anos de triciclo, com os pais a correr ao lado, velhotes de ténis e calções a caminhar... Ginásios com stands à beira da estrada e com aulas de ginástica grátis... Uns rapazes do SMAS de Oeiras a distribuir água por toda a gente... Um stand da remax a distribuir garrafas de agua como o cartão do vendedor agarrado.

Incrível!! Eu que tendo a discordar dos fenómenos de massas fiquei rendido. Tive só pena que terminasse às 13 horas, caso contrario tinha ido a casa e tinha voltado para uma caminhada com as minhas duas princesas.



Agora a razão que me fez relatar isto:
É certo que eu morei 25 anos no concelho de Oeiras, e todos os dias da minha vida, vejo a diferença entre a CM Oeiras a CM Almada. Pelo numero de vezes e pela pontualidade da recolha do lixo, aos serviços de atendimento ao munícipe... a lista dos pontos em que a CM Oeiras está a nos luz da CM Almada é infindável.
Há uma coisa que a CM Oeiras não tem, que é a extensão de costa (quer de rio quer de mar) que a CM Almada tem. A CM Almada não precisaria de fechar rua nenhuma ao transito, tem uma frente de costa completamente renovada. A CM Almada tem tudo... menos... vontade, energia e acima de tudo dinamismo.
Não concordam comigo? Vão morar o município de Oeiras e vão ver.

Aqui, em Almada, há um ou uns Mexe Comigo. Mas mexem pouco, tão pouco que em 300 metros de extensão da marginal do passado domingo estava mais gente que nos Mexe Comigo todos aqui de Almada juntos.
Não quero mandar nada a baixo, mas enquanto sofria para manter o ritmo do ciclista de estrada que ia à minha frente a mais de 30km/h, não deixava de me sentir um pouco deprimido pela diferença de dimensão, de dinamismo e de competência entre as duas autarquias em que morei.

Uma "Marca o Ritmo" e a outra "Marca Passo"

PS: Dados finais do treino: Terminou com a subida ao Cristo Rei, Monte da Caparica, Costa e Charneca. 73km, 3h:05min, 24km /h de média.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O caminho segue dentro de momentos

Por vezes estamos tão embalados a caminhar que não paramos para pensar. Temos tantos planos a curto e a médio prazo, que conseguimos quase dizer o que vamos fazer nas horas todas do dia nos próximos 3 meses. E quando pensamos que temos tudo controlado... a vida trata de nos mostrar que isso não existe. Que o controlo não é mais que uma ideia vaga, e que tudo o que planeamos têm apenas uma determinada probabilidade de acontecer e nunca uma certeza.

Há algumas semanas, enquanto planeava um conjunto de desafios para o fim de maio e para o mês de Junho, tive um momento desses. Uma simples análise ao sangue acusou falta de ferro. Uma coisa tão simples e que pensei precisar de um qualquer suplemento... Mas não. A desconfiança médica de uma qualquer hemorragia interna levou-me a fazer um 100 número de exames, para os quais ainda tenho de estar mais umas semanas à espera de resultados. A somar a isso, e por causa disso, um principio de anemia. Por teimosia minha resolvi fazer os 121km do Alvalade - Porto Covo - Alvalade com este diagnostico. Resultado: A maior prova de  esforço e sofrimento que já fiz. Com menos oxigénio no sangue e nos músculos, rebentei ao km 60. Mas fiz os outros 61km por teimosia... completamente exausto, sem força, cheio de dores e na eminência de desmaiar. 

Desde aí tenho estado quase parado. Duas ou três voltas de 20 e poucos kms foi o que fiz nas ultimas semanas.

Mesmo sem saber o problema que causou esta baixa de ferro, sei que, pelo menos mais um mês vou ter de estar assim. À espera.

Como disse no ultimo post, nem todos os passos são para frente. O caminho continuará dentro de alguns (espero que não muitos) momentos.