segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Motivação

Incrível como ainda há um ano nunca tinha feito mais que dois ou três quilómetros de bicicleta, e nem sabia quase para que serviam as mudanças da bicicleta.
Este texto era para ser uma introdução a esta aventura, mas vou acabar por ter de falar de como isto do BTT apareceu na minha vida.
Ainda não percebo bem porquê que o BTT apareceu na minha vida, acho que foram uma conjugação de factores.
Por um lado, o esforço físico: Sempre gostei do esforço físico. Ginásio, correr, basket, surf… O que me faltou sempre em jeito (sim que isto de 194cm dificulta muito tudo), sempre tive que sobra em espírito de sacrifício e dedicação.
Por outro lado também, a adrenalina: Não foi factor inicial, porque tipicamente só passado alguns meses é que comecei a arriscar mais, e aí sim a adrenalina começa a ser factor fundamental. Depois há mais dois pontos que penso que fazem toda a diferença. O contacto com a natureza. Brutal, mesmo quem mora na zona de Lisboa pode ter este contacto brutal. Subir à Peninha em Sintra e descer para a Praia do Abano, chegar bem lá acima do “cai-de-costas” ou das pedreiras da Serra da Arrábida, ou até tão simplesmente atravessar a Apostiça de bicicleta é algo muito, muito bom. O último ponto é a orientação. Não a orientação técnica que tenho a certeza que mais tarde ou mais cedo vou experimentar, mas simplesmente…. perder-me… e procurar caminhos novos, desconhecidos. Nem que seja ao pé de casa… Descobrir um novo caminho para ir de St. Teresa à Costa sem por as rodas no alcatrão. Descobrir um caminho que tenha uma descida mais radical e uma subida técnica que possa fazer no trajecto do trabalho para casa.
Toda a gente sabe que fazer BTT sozinho tem riscos, e há 200 argumentos a favor disso, principalmente para quem domina tão pouco a mecânica da coisa como eu. Mas confesso que andar sozinho, especialmente em sítios desconhecidos à procura de caminhos é uma coisa indescritível.
Há alguns meses, comprei um GPS de outdoor. Vinte minutos na net e arranjei 3 percursos que, alternando entre eles, me fariam ir de casa ao Cabo Espichel pelo mato.
Penso que foi mais ou menos nesse dia que começou o que me vez embarcar nesta viagem a Santiago de Compostela. No fundo é o estar perdido sem estar. Não saber onde se está, mas saber que se vai chegar a algum lado e saber onde. Só não saber… o Caminho.
Nesse dia andei em caminhos de areia (sim porque o Google não diz que o caminho é de areia ou terra batida), andei perdido no meio da mata, andei em caminhos agrícolas, no meio da lama, a fugir de cães… mas, no fundo daquela subida no meio do mato... quando pensava estar perdidíssimo… Encontrei… a praia do Meco, e depois encontrei as Bicas e finalmente o Cabo Espichel.

A minha motivação vem daqui, de querer descobrir caminhos novos, que querer pôr-me fisica e psicologicamente à prova. De querer por a lei das coisas à prova, e provar que estes 35 anos ainda não me impedem de fazer nada.

E que esta seja a motivação de várias travessias e vários Caminhos.

3 comentários:

  1. Muito parecida com a minha história de paixão pela bike :-)

    Um vício que mudou a minha vida completamente !

    Carla

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  2. Amigo...

    Gosto desta ideia! Gosto do conceito! E vou gostar de ser o teu companheiro de Caminho.

    Será um honra mostrar-te os trilhos e quem sabe colocar Santiago no teu sangue.

    Sabes... quando fiz o primeiro, viciei, e agora quero sempre regressar... espero que seja o mesmo contigo.

    Vamos lá... aquele abraço... o Clássico
    70s

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  3. José Miguel Figueiredo22 de fevereiro de 2011 às 16:49

    Um abraço Pedro e boa preparação do TEU caminho!
    Fico à espera de desenvolvimentos.

    Ultreia!

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