quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dia 1 - Porto - Viana do Castelo 92km

Este dia começou cedo. Eram cerca de 8 horas da manhã quando começamos a descer a avenida dos aliadas debaixo de chuva miudinha. Viramos à direita, e quando dou a minha primeira pedalada a subir… o desviado de trás (que entretanto tinha sido reparado e substituído o dropout) entortou de novo. Já para não falar que a corrente quase partia por causa disto. Reparei o elo e aqui vamos nós a caminho da nossa primeira seta amarela (sem poder usar os 3 carretos maiores da cassete).


  Paramos à porta da patocycles mesmo no Caminho, mas infelizmente só abria às 10h. Esperamos um pouco mas não quisemos arriscar a espera pelo facto  de ser sexta-feira santa, e o mais certo era não abrir de todo.
Entretanto lembro-me que havia uma Decatlhon na Maia, por onde o caminho passava à saída do Porto. Ligo para lá e apelo à boa vontade do funcionário para me substituir o desviado na hora, visto ser peregrino e ainda ter mais 90km para fazer nesse dia. Muita chuva, frio, e alguns enganos nas indicações para a decathlon depois, chegámos lá. Um desviador novo (tive de fazer um downgrade para um X7 por falta de stock), uma bebida quente e mesmos 50€ na carteira depois, estávamos de novo à chuva a caminho de S. Pedro de Rates.
Pelo Caminho vimos diversos peregrinos quer a pé, quer de bicicleta que íamos saudando com entusiasmo. O primeiro sinal de beleza do caminho veio com a primeira ponte romana  com direito à minha primeira foto do dia. 


Sempre num ritmo moderado, com frio e ainda à procura de ajustar os  8kg de mochila às costas lá fizemos o resto da manhã.
Chegados a  S. Pedro de Rates, fomos almoçar. Finalmente um sitio quente, onde mesmo assim não parei de tremer um minuto. Olho para o lado e vejo alguém a comer uma bela francesinha. “Bela bomba calórica! É mesmo isso que estou a precisar”. Esqueci-me, lá está, de que numa prova física destas não devo inventar. Se fiz os treinos todos de longa duração com sandes, bifanas e comidas leves, não era naquele dia que devia inventar.   Ganhei uma dor de estômago para o resto do dia, e um desconforto abdominal até ao final do Caminho.   Antes de arrancar ainda tivemos tempo de ir carimbar a credencial ao Alberge  de S. Pedro de Rates e de fazer uma rápida visita à Igreja.



Andamos uns metros para trás até ao cruzamento com a antiga Linha de comboios, e seguimos pela mesma, por onde derivava o caminho da costa em direcção a Esposende. Aqui começou a lama. Kms e Kms de lama em cima da antiga linha. 

Havia sítios onde era uma autêntica tortura e onde chegamos andar por cima das antigas tábuas que seguravam a linha de comboio, muito mal tapadas por terra e agua.

Chegamos a Ófir à hora do lanche. Um café logo à entrada e uma barra energética fizeram as despesas. Passamos a ponte para Esposende e seguimos pelo caminho que atravessava bem o centro da Esposende. Finalmente parecia que tínhamos chegado à Costa. Pois bem, aqui o caminho fez-nos derivar para dentro e para cima. Subimos, subimos para depois descer o mais técnico dos percursos deste Caminho. Com 8kg às costas e com mais 2 dias e meio pela frente, fiz a abordagem conservadora e poupei-me a alguns drops de pedra enquanto o Alex se deliciava com a vertiginosa descida. 



Terminamos com uma das imagens do dia. A ponte de pedra sobre o rio Neiva. Foi mais ou menos nesta altura que a chuva acalmou para regressar em força no dia seguinte.



Agora subíamos de novo, passando pelos pontos altos do caminho, passando por recém descobertas calçadas romanas e igrejas. 

Depois de mais uma descida brutal de terra e pedras, quando já quase questionávamos estar no caminho certo tal era o contocrer do caminho, tivemos um belo momento. Do nada, saímos na base de uma escadaria para uma espécie de santuário, numa terra de nome Crato. Penso que a igreja em causa era Nossa Srª do Crato. Daí até Viana foi um saltinho.


Uma subida longa de alcatrão e uns kms a descer antes de cruzar o Lima e entrar na baixa de Viana do Castelo onde descansamos finalmente ao fim dos primeiros 92km.


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